Um escritor que perde a capacidade de ler. Uma pianista que confunde um guarda-chuva com uma cobra. Indivíduos que só enxergam imagens bidimensionais ou não reconhecem rostos. Nos casos relatados em O olhar da mente, do neurologista inglês Oliver Sacks, a ciência é sempre vista a partir da experiência humana. Nesse percurso se mesclam, de forma ao mesmo tempo rigorosa e afetiva, informações técnicas sobre distúrbios da memória, da fala e de outras funções cerebrais e a narrativa de suas consequências no dia a dia de pacientes e familiares. O que torna essas histórias tão saborosas, a despeito de sua inevitável dramaticidade - ou comicidade, em alguns momentos -, é o talento do autor para tratar de assuntos complexos em prosa lógica e cristalina. Também a erudição discreta de seus argumentos, capazes de incorporar em discussões sobre fisiologia cerebral um poema de John Milton, um quarteto de Haydn, considerações sobre a fotografia estereoscópica, a teoria da linguagem de Noam Chomsky. Aprendi a olhar para o sofrimento em termos humanos mais amplos, disse Sacks numa entrevista, referindo-se ao resultado de seu convívio, ainda estudante de medicina, com poetas como W. H. Auden. A olhar para dilemas, situações - não apenas para doenças. Aos poucos, os casos de O olhar da mente - quase todos concentrados em problemas de visão - ganham certa familiaridade e convergem para aquele que parece ser o seu grande mote: o câncer que o próprio Sacks teve num dos olhos, e que o faz sair da condição de médico para enfrentar a angústia, a insegurança e os medos comuns de um paciente. Este é o Natal mais desolador que já passei, escreve. O New York Times de hoje traz fotos e histórias de várias personalidades que morreram em 2005. Estarei nessa lista em 2006? Nesse mergulho pessoal corajoso, que não abre mão da crueza e da autoironia, análise e experiência se fundem para traçar contornos originais do antigo - e ainda hoje complexo - dilema entre mente e cérebro. Até que ponto somos os autores, os criadores das nossas sensações? Quanto elas são predeterminadas pelo cérebro ou pelos sentidos com que nascemos, e em que medida moldamos nosso cérebro através do que vivenciamos?
A partir de histórias de pacientes com os mais diversos problemas de visão, este livro explora, de maneira original, o antigo dilema entre mente e cérebro. Com uma prosa límpida, que mescla rigor médico com referências à literatura, às artes e à história do pensamento, o autor relata também a batalha que travou contra um câncer que se desenvolveu em um de seus olhos.
Código de Barras: 9788535917697
Tipo de Item: Livro
Formato da Edição: Livro brochura (paperback
Data de Lançamento: 19/11/2010
Idioma: Português
Título: O olhar da mente
Artista(s): Sacks, Oliver
Colaboradores: Tradutor Motta, Laura Teixeira
EAN: 9788535917697
ISBN: 9788535917697
Número de Páginas: 232
Editora: Companhia Das Letras
Selo: Companhia das Letras
Gênero: Saúde/Doenças/Medicina; Ciências Médicas, Saúde
Assuntos: Neurologia; Neurologia e neurofisiologia clínica, Psicologia fisiológica e neuropsicologia, biopsicologia, Cognição e psicologia cognitiva
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